O mistério na praia de Somerton
Na manhã de 1º de dezembro de 1948, pescadores descobriram um corpo jogado na areia da praia de Somerton, em Adelaide, Austrália. O homem estava bem vestido, mas não havia documentos, etiquetas de roupa ou qualquer pista sobre sua identidade. A polícia o registrou como o “Homem de Somerton”, dando início a um dos casos criminais mais enigmáticos do século XX.
🗝️ As pistas que não revelaram nada
A investigação encontrou poucas pistas:
- Roupas sem etiquetas: todas as peças tinham marcas removidas.
- Um bilhete dobrado no bolso, com a palavra “Tamám Shud” (persa para “acabou”), retirada de um exemplar do livro de poemas “Rubaiyat de Omar Khayyam”.
- Página rasgada do livro encontrado misteriosamente em um carro abandonado próximo, com um código cifrado escrito à mão.
Nenhuma das impressões digitais do homem constava nos bancos de dados, e as amostras de cabelo e impressões dentárias não levaram a um nome. Assim, o caso permaneceu sem solução.
📜 O bilhete “Tamám Shud” e o código misterioso
O bilhete “Tamám Shud” tornou-se o maior enigma:
- O livro “Rubaiyat” de Omar Khayyam, fonte da expressão, listava reflexões sobre vida e morte.
- O pedaço de papel correspondia à última página do livro, sugerindo um possível suicídio ou um recado intencional.
- Mas o código cifrado ao lado, três linhas de símbolos indecifráveis, resistiu a todos os esforços de criptógrafos e amadores.
Alguns especulam que seria uma mensagem de serviços de inteligência (espionagem da Guerra Fria), outros acreditam em um suicídio dramatizado, enquanto há quem aposte em um crime passiona, mas nada foi confirmado.
🔍 Teorias e suspeitas
- Espionagem internacional
Com a Guerra Fria em aparente ascensão, o “Homem de Somerton” poderia ter ligação com espiões no pacífico Sul, carregando códigos secretos. - Suicídio dramático
A frase “Tamám Shud” (“finalizado”) poderia indicar uma mensagem de despedida. Porém, a ausência de vestígios de venenos comuns questiona essa hipótese. - Crime passional
Outras pistas, como cartas de amor para uma mulher chamada “Jestyn”, encontrada evocada em um cartão postal guardado no livro, levantam suspeitas de um triângulo amoroso que terminou em tragédia. - Identidade falsa
A remoção das etiquetas de roupa e a falta de documentação sugerem alguém que quis permanecer anônimo, talvez por razões pessoais ou profissionais.
🧩 O legado do caso Somerton
Mesmo após décadas de exames toxicológicos e tentativas de decifrar o código, o Homem de Somerton nunca foi identificado. Seu túmulo em Adelaide foi marcado apenas como “Homem de Somerton”, e o livro original está em um cofre, aguardando novas técnicas forenses.
O caso inspirou livros, documentários e até produções de ficção, mas continua aberto. Em 2021, pesquisadores australianos usaram técnicas de genealogia de DNA, sugerindo possíveis parentes no Irã, mas a comunidade científica ainda aguarda confirmações oficiais.
🔍 Conclusão
O “Homem de Somerton” é um enigma que combina mistério literário, possível espionagem e suspeitas de crime – mas sem respostas definitivas. Seu corpo, encontrado diante do mar, levou consigo todos os segredos. Até que novas evidências surjam, a história permanece um dos maiores mistérios não resolvidos do mundo moderno.